Um a cada cinco servidores do Senado é filiado a partido político

Levantamento do (M)Dados encontrou mais de 1 mil servidores, entre os mais de 5 mil funcionários da Casa, que têm ligação com alguma legenda

Indicados por senadores e legendas, militantes partidários representam quase um a cada cinco dos servidores do Senado Federal, revela levantamento do (M)Dados, núcleo de análise de grandes volumes de informação do Metrópoles. Do total de 5,86 mil funcionários da Casa, 1.003, no total, ou 17%, são filiados a algum partido.

Se considerados apenas os comissionados, que são 3,88 mil, a porcentagem sobe para 21,5%, ou 834. A maioria absoluta deles, 685, estão lotados em gabinetes de senadores, somados a 93 que trabalham nos gabinetes das lideranças partidárias. Nos chamados órgãos superiores de execução, que incluem a Diretoria-Geral e a Secretaria-Geral da Mesa, eles são 138.

Vale dizer, contudo, que como nem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nem o Senado divulgam o Cadastro Pessoa Física (CPF) dos filiados, há casos de homônimos que foram desconsiderados pelo cruzamento de dados porque poderiam não ser a mesma pessoa. Assim, o número real de filiados pode ser, na realidade, ainda maior.

Os dados mostram a influência política de partidos e o loteamento da Casa com servidores que têm ligação com caciques, legendas, senadores e ex-senadores, que indicam aliados, candidatos derrotados e políticos que não têm mais mandato.

Entre os senadores, quem mais emprega filiados é Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que tem 23 servidores ligados a partidos em seu gabinete — 12 deles, à legenda pela qual se elegeu, e 3 ao PSol, que ele integrou até 2015.

Izalci Lucas (PSDB-DF), Marcos Rogério (DEM-RO) e Paulo Rocha (PT-PA) aparecem na sequência, com 15 filiados em seus respectivos gabinetes. Telmário Mota (Pros-RR), por sua vez, emprega 14 militantes.

No recorte por partidos, quem mais tem filiados integrando os quadros do Senado é o MDB: são 113. A legenda tem a maior bancada da Casa e, antes da posse de Davi Alcolumbre (DEM-AP), em 2019, estava desde 1995 na Presidência (o petista Tião Vianna comandou a casa interinamente quando o então presidente Renan Calheiros, do MDB, renunciou ao cargo. Ele era o vice).

Na sequência, aparece o PT, que tem, hoje, seis senadores. O cruzamento com a lista de filiados da legenda apresenta 105 servidores filiados. O PSDB vem depois, com 98 servidores identificados pelo (M)Dados — na bancada tucana, são sete senadores.

Completam a lista dos partidos com maior número de filiados identificados o PDT (82) e o DEM (67) – este último tem, atualmente, as presidências das duas casas. Mesmo siglas que não têm representantes eleitos no Senado tem filiados trabalhando por lá. É o caso do PCdoB, com 16 servidores; Novo e DC, com 14 servidores cada; PV e PSol, 13 cada; e, com menos de 10, estão Patriota, Solidariedade, PMN, PTC, PRTB, PSTU e PCB.

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