Para presidente da Câmara, decisão da agência de risco levou em conta a instabilidade política e a discussão sobre o impeachment de Dilma Rousseff. No início da noite, Planalto afirmou em nota que governo está adotando medidas para estabilizar dívida.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), afirmou, nesta quinta-feira (15), que a falta de uma base aliada consistente influenciou no rebaixamento do Brasil pela agência de classificação Fitch. A nota brasileira caiu de BBB para BBB-, o último degrau no grupo dos países chamados “grau de investimento”, que oferecem menor risco para os investidores. Para integrantes da oposição, decisão já era esperada pela situação da economia no país.
“O que causa ou está causando a instabilidade política são vários fatores, entre eles o governo não ter uma base”, afirmou Cunha. A crise política que o governo federal enfrenta foi apontada pela agência como um dos fatores para o rebaixamento da nota. Para o peemedebista, o rebaixamento terá consequências para a economia e para o país, como aumentar o custo de capitação de recursos no exterior e fuga de investimentos.
Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), o segundo rebaixamento seguido já era esperado. Ele apontou que houve “irresponsabilidade” do Palácio do Planalto no ano passado. Na época, para oposicionistas, o governo atrasou a implantação de um ajuste fiscal para poder vencer as eleições. “Era mais ou menos previsível que isso aconteceria tendo em vista o próprio agravamento do quadro econômico brasileiro”, afirmou.
Presidência
No início da noite de quinta (15), o Palácio do Planalto divulgou nota oficial para afirmar que, apesar do rebaixamento da nota pela Fitch, o país continua sendo um dos principais destinos de investimento estrangeiro. O governo brasileiro ressaltou que o país ainda mantém o grau de investimento e que está adotando medidas de controle da inflação e reequilíbrio fiscal para estabilizar a dívida pública e permitir que a economia volte a crescer gerando empregos e renda.
Apesar de manter o grau de investimento, a agência Fitch colocou a nota brasileira em perspectiva negativa. Assim, aumentou a pressão sobre a economia brasileira, já que, se o Brasil perder o selo de grau de investimento por mais uma dessas instituições, muitos fundos estrangeiros terão que vender títulos brasileiros, para cumprir suas regras de aplicação, o que pode causar enorme instabilidade.
Em 9 de setembro, a agência de risco Standard & Poor’s retirou o grau de investimento do Brasil, mas até agora está sozinha nessa decisão, já que outra grande agência, a Moody’s, também mantém o país na classificação de baixo risco.
Fonte: Fato Online