Objetivo é atualizar protocolos de atendimento em situações que podem ocorrer durante nascimento
Jurana Lopes
Nesta segunda-feira (26), enfermeiros e técnicos de enfermagem do Centro Obstétrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) participaram de um treinamento de atualização de assistência neonatal em sala de parto, baseado na diretriz da Sociedade Brasileira de Pediatria de 2022. O objetivo é capacitar as equipes e atualizar protocolos de atendimentos. O treinamento ocorreu no Centro de Simulação Realística da unidade.
“É uma atualização para as equipes porque houve uma mudança da Sociedade Brasileira de Curso de Reanimação Neonatal e como há muitas técnicas e enfermeiras novas no nosso setor, queremos prepará-las para auxiliar o médico assistente, no caso, o pediatra. Com este treinamento haverá melhora na assistência”, explica o pediatra que ministrou o treinamento, André Simões. “Ressaltando que esse treinamento não substitui o curso de reanimação neonatal para profissionais de saúde, extremamente importante do profissional realizá-lo”, completa.
Segundo Simões, este treinamento é apenas para atualização dos passos iniciais de reanimação neonatal, utilizados em bebês nascidos com mais de 34 semanas de gestação. No treinamento foram utilizadas diversas situações que podem ocorrer diariamente durante um parto, como o bebê nascer sem chorar ou sem respirar.
“O nascimento é um momento muito importante para a vida da criança. Por isso, é fundamental que o bebê seja atendido por profissionais com conhecimento, treinamento, habilidade e experiência em reanimação neonatal, mesmo quando nenhum problema é identificado na gestação. A atuação coordenada da equipe confere qualidade ao atendimento e segurança para o bebê, principalmente no primeiro minuto de vida”, explica a chefe de Enfermagem do Centro Obstétrico do HRSM, Livia De Pieri.
Segundo as estatísticas, ao nascimento, cerca de um em cada dez recém-nascido necessita de ajuda para iniciar a respiração efetiva; um em cada 100 precisa de intubação traqueal; e um a dois em cada 1 mil requer intubação acompanhada de massagem cardíaca e/ou medicações.
O Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria vem atuando desde 1994 na capacitação de profissionais de saúde com base nessas diretrizes. A monitorização rigorosa do trabalho de parto, a assistência adequada ao parto e a reanimação do recém-nascido ao nascer por profissionais capacitados são importantes estratégias para diminuir a mortalidade infantil.
Estima-se que o atendimento ao parto por profissionais de saúde habilitados possa reduzir de 20 a 30% as taxas de mortalidade neonatal, enquanto o emprego das técnicas de reanimação resulte em diminuição adicional de 5% a 20% nessas taxas, levando à redução de até 45% das mortes neonatais por asfixia.