Câmara de SP inicia CPI para investigar supostos desvios em incentivos fiscais ligados a Marconi Perillo

Foto: site da Alego

Da redação

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis desvios de aproximadamente R$ 83 milhões em incentivos fiscais destinados à restauração da sede do Jockey Club de São Paulo. A investigação foi motivada por denúncias envolvendo repasses a empresas próximas ao ex-governador Marconi Perillo, que também é sócio e conselheiro do clube desde 2019.

Proposta pelo vereador Gilberto Nascimento (PL), a CPI terá como foco avaliar a gestão de créditos fiscais, a alienação do potencial construtivo do imóvel e supostas omissões do poder público municipal. Para permitir a abertura da comissão, a Câmara alterou seu regimento, possibilitando a instalação simultânea de até quatro CPIs no período de 2025 e 2026. A composição do colegiado foi ampliada para nove membros, ainda sem data prevista para início dos trabalhos.

Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB e ex-governador de Goiás, está no centro da investigação devido à ligação com o Jockey Club. O clube recebeu R$ 22,4 milhões via Lei Rouanet e R$ 61,2 milhões em benefícios fiscais municipais, valores suspeitos de terem sido desviados para um grupo de empresas com vínculos diretos ao ex-governador.

Entre as empresas investigadas destaca-se a Elysium, produtora cultural que representa o Jockey desde 2020 e hoje classificada como Organização Social de Cultura (OSC). A Elysium contratou fornecedores ligados à família de Débora Perillo, prima do político, e destinou recursos milionários a construtoras que não possuem sede física ou atividades condizentes com o volume financeiro recebido, como a Vidal, que recebeu R$ 11,2 milhões.

Por fim, foram identificadas irregularidades na prestação de contas, incluindo a apresentação de notas fiscais duplicadas para justificar os mesmos gastos em diferentes órgãos públicos. Alguns dos custos contestados são considerados destoantes, como despesas com jantares em restaurantes sofisticados e serviços não relacionados diretamente ao projeto. Marconi Perillo nega envolvimento, classificando as acusações como infundadas e afirmando que as contas estão em ordem.

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