
Fonte: AgÊncia Gov
Em 2022, existiam 8.441 localidades quilombolas no território brasileiro, associadas a 7.666 comunidades quilombolas declaradas pelos informantes do Censo Demográfico. A Região Nordeste possui o maior quantitativo de localidades identificadas, com 5.386 (63,81%) ocorrências, enquanto o Maranhão é o estado com o maior número, com 2.025 localidades (23,99%).
O levantamento inédito foi divulgado hoje (19) pelo IBGE na divulgação “Censo Demográfico 2022: Localidades Quilombolas”. Também foi divulgada a publicação “Censo Demográfico 2022 Quilombolas: Características dos domicílios e alfabetização, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo”.
Destaques da pesquisa:
•Em 2022 existiam 8.441 localidades quilombolas no território brasileiro, associadas a 7.666 comunidades quilombolas declaradas pelos informantes.
•Região Nordeste conta com 5.386 localidades quilombolas, 63,81% do total, seguida pelo Sudeste, com 1.245 localidades (14,75%), e Norte com 1.228 (14,55%).
•Maranhão é o estado com maior quantitativo de localidades quilombolas, com 2.025 (23,99%). Em seguida estão a Bahia, com 1.814 localidades, e Minas Gerais com 979 localidades, correspondendo, respectivamente, a 21,49% e 11,60% do total.
•O município com maior quantitativo foi Alcântara (MA), com 122 localidades, seguido por Itapecuru Mirim (MA), com 121, e Januária (MG), com 101.
•Entre os 20 municípios com maior quantidade de localidades quilombolas, Macapá (AP) aparece como a única capital, com 56.
•Como localidades quilombolas entendem-se lugares do território nacional onde existe um aglomerado permanente de habitantes quilombolas e que estão relacionados à uma comunidade quilombola e contam com, no mínimo, 15 pessoas declaradas quilombolas cujos domicílios estão a, no máximo, 200 metros de distância uns dos outros.
•As comunidades quilombolas foram declaradas por cada informante quilombola por ocasião do Censo 2022. Esse pertencimento está relacionado a questões étnicas, históricas e sociais, de modo que mesma comunidade pode ser composta por mais de uma localidade, conforme a necessidade de dispersão espacial e as formas de organização locais e regionais de cada grupo.
•Os dados de localização das localidades quilombolas, associado ao dado populacional e a outros indicadores e dados socioeconômicos que o IBGE vem divulgando, permitem que os diversos setores da sociedade tenham um panorama da distribuição dessa população.
•Territórios marcados há séculos por suas características de resistência contra a repressão, o racismo e as profundas desigualdades sociais deles advindas, os quilombos refletem, no Censo 2022, a permanência desses desafios. O levantamento mostra que o analfabetismo entre quilombolas é quase três vezes maior do que na população total do país. Outro dado trazido pelo Censo é que 90% dos quilombolas em territórios delimitados convivem com precariedades no saneamento básico.
Mais sobre a pesquisa
O Censo Demográfico é a mais completa operação estatística realizada no país, indo a todos os domicílios dos 5.570 municípios brasileiros. Os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para quilombolas foram divulgados em julho de 2023 e podem ser consultados na Agência IBGE Notícias . Uma segunda apuração foi divulgada em dezembro do mesmo ano, contabilizando 1.330.186 pessoas quilombolas em 25 Unidades da Federação. Em maio de 2024, foi inaugurada a demografia para a população quilombola no Brasil, com a divulgação dos recortes por sexo e idade.
A divulgação “Censo 2022 Quilombolas: Alfabetização e características dos domicílios, segundo recortes territoriais específicos – Resultados do universo” traz informações como taxa de alfabetização e condições de saneamento dos domicílios com pelo menos um morador quilombola, dentro e fora dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Municípios, Amazônia Legal, Amazônia Legal por Unidades da Federação, Territórios Quilombolas oficialmente delimitados e Territórios Quilombolas por Unidades da Federação.
Os dados também podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI), no Panorama do Censo 2022 e no Sidra .