Ciro Gomes (PDT) criticou as falas de Bolsonaro sobre uma suposta fraude, não comprovada, das eleições
De olho nas eleições de 2022, Ciro Gomes (PDT) chamou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “mentiroso mor da república” pelas declarações do atual mandatário, sem apresentar provas, de fraude nas eleições de 2018. Mesmo com os discursos, ontem, o presidente não apresentou provas, como havia prometido, para embasar suas denúncias. Veja a checagem da live de Bolsonaro feita pelo UOL Confere.
Defensor do voto impresso, o presidente promete apresentar provas de fraude nas urnas eletrônicas há mais de um ano. Bolsonaro tem reforçado as acusações infundadas nos últimos meses, em paralelo a um dos momentos mais delicados de seu mandato — a CPI da Covid avança desde abril, a reprovação bate recordes e pesquisas de intenção de voto têm mostrado larga vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Enquanto outros governos trouxeram a corrupção para o centro do poder, o de Bolsonaro, além de mantê-la, colocou no seu eixo a mentira. Esta prática, que contamina todas suas ações e escalões, teve ontem um ritual supremo”, disse o presidenciável em seu Twitter.
Segundo o político, que critica com frequência o governo, além de não apresentar provas de fraudes nas urnas em sua live ontem, conforme prometido anteriormente, Bolsonaro ainda “soterrou qualquer possibilidade de uma modernização do sistema” de votação.
Ciro também declarou que o governo ampliou a ideia de corrupção que, segundo ele, já havia em outros mandatos. O político ainda pediu o impeachment de Bolsonaro do cargo.
“Este governo, que ampliou o sentido da corrupção, fazendo-a transbordar das órbitas política e financeira para a da corrupção da linguagem e dos significados, continua sua marcha de impunidade sem que o Congresso e o Judiciário acionem as ferramentas democráticas. Impeachment, já!.”
Urnas são seguras
Apesar de questionadas por Bolsonaro, as urnas eletrônicas são auditáveis e testadas com regularidade sobre sua segurança. Já foi constatado que os dados principais são invioláveis e não podem ser infectados por vírus que roubem informações.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirma que não há indícios de fraude em eleições desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram adotadas.
Adicionalmente, segundo a Constituição, qualquer alteração no processo eleitoral deve ser aprovada ao menos um ano antes da votação. Isso significa que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do “voto impresso auditável”, apoiada por Bolsonaro, precisaria passar pelo Congresso até outubro deste ano para ser aplicada às eleições de 2022.
Fonte: UOL