Comandante da PM pede para deixar cargo, mas Rollemberg não aceita

rollembergRollemberg disse que o o governo tem conseguido reduzir a violência no DF. Coronel Florisvaldo César teria pedido exoneração para proteger GDF.

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, disse nesta quarta-feira (4) que o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Florisvaldo César, colocou o cargo à disposição devido ao confronto com professores no Eixão, no último dia 28. A PM usou bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha para dispersar a manifestação. Quatro professores foram presos.

“Eu não aceitei. Ele assume que a decisão da operação da última quarta-feira [28] foi pessoal do comandante da PM. Porém, deixei registrado que operações com esse nível de repercussão precisam ter autorização do governador. [Mas] O trabalho que vem sendo desenvolvido na área de segurança pública é positivo”, disse Rollemberg.

Segundo ele, o governo tem conseguido reduzir sistematicamente todos os indicadores de violência na capital. “Reduzimos 14% o número de homicídios. Portanto, não há por que, neste momento, mexer no comando da PM”, disse. O governador também ressaltou que em nenhum momento cogitou exonerar o coronel Florisvaldo César.

“O comandante me pediu uma conversa na terça à noite. Eu disse que não podia e nós passamos para hoje [quarta]. Houve uma especulação dos órgão de imprensa de que poderia ocorrer isso. Entretanto, em nenhum momento passou pela nossa cabeça a exoneração do comandante da Polícia Militar. Como disse, ele, em função das repercussões e até para proteger o governo, colocou o cargo à disposição.”

Confronto
Quatro professores foram presos em confronto com a Polícia Militar durante manifestação na última quarta-feira (28) na Rodoviária do Plano Piloto. Os professores, que estão em greve desde o último dia 15, haviam fechado o Eixão. Os policiais chegaram a usar bombas de efeito moral, spray de pimenta e tiros de borracha para liberar a via.

Um vídeo feito pelo cinegrafista da TV Globo Diego André mostra o momento que policiais do batalhão de choque cercam um veículo que participava da manifestação e retiram o motorista à força. Em outra sequência, um manifestante é jogado ao chão e recebe um golpe conhecido como “mata-leão” antes de ser algemado.

 Por nota, a PM disse que “Batalhão de Choque foi acionado e desobstruiu a via com o uso gradativo da força e dos meios legais para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos que trafegavam por aquele local”. Segundo a Polícia Militar, o uso da força ocorreu após uma hora de negociação para a liberação da via.

“Quatro manifestantes foram detidos, sendo dois por desacato e dois que pararam ônibus coletivos e tomaram as chaves dos motoristas com o intuito de fechar o Eixinho W”, diz a nota.

O diretor de imprensa do Sindicato dos Professores, Kléber Soares, conta que cerca de cem pessoas fecharam duas faixas do Eixão para “dialogar com a população”. “A gente ocupou e rapidamente a polícia chegou. A polícia chegou e nós negociamos a saída. Quando estávamos entrando no carro, chegou a polícia de choque e comecou a atirar. Geralmente eles atiram para cima, mas atiraram contra a gente.”

Fonte: G1

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