O mundo respirou aliviado graças ao trabalho de gente como Natasha Williams. Negra, de classe média, 50 anos, Natasha tirou folga no departamento de polícia do condado de Orange, onde é funcionária, para lutar por Barack Obama como voluntária do Partido Democrata. Sua tarefa era a mesma de um batalhão de advogados que os democratas espalharam pelos cantos empobrecidos e populosos da Flórida, o Estado multicolorido onde, talvez, os Estados Unidos mais se pareçam com o resto do planeta. Natasha estava empenhada em garantir que eleitores, principalmente negros e hispânicos, tivessem o direito de votar. E foi desse jeito que veio a vitória.
Barack Obama acabou reeleito presidente pela força da nova base política que se impõe no país, formada por latinos, negros, mulheres e jovens com menos de 30 anos. A ameaça de um revés conservador, que o mundo inteiro temia, passou. O Partido Republicano, sempre ávido por guerras, amante da ortodoxia econômica e cada vez mais insensível aos problemas sociais, sucumbiu ao voto.
Desde as sete da manhã da terça-feira 6, Natasha Williams deu plantão na igreja adventista Bethel, num bairro pobre de Orlando. Com o celular conectado ao comitê local da campanha de Obama, ela resolvia casos como o da cozinheira Jaimie Martyn, que, embora vizinha da igreja, tinha recebido um documento mandando-a atravessar a cidade para votar em outro lugar. “Esta carta não faz sentido e eles têm que permitir que você vote aqui”, explicava Natasha enquanto escoltava Jaimie até a longa fila na porta da igreja.
Fonte: ISTOÉ