Polícias de Brasília são as que menos matam em confronto no País

foto_13102015100325Estudo aponta o DF como a unidade da Federação onde menos civis perdem a vida em conflito com forças do Estado. Investimentos em formação refletem-se na qualidade do serviço prestado.

As polícias do Distrito Federal são as menos letais do País. Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública coloca as duas corporações brasilienses — Militar e Civil — como as que menos matam em confrontos. De acordo com o estudo, seis pessoas perderam a vida no enfrentamento com agentes do Estado em 2014, o que representa uma taxa de 0,2 para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2013, foram apenas três óbitos, e proporção de 0,1 morte.

A pesquisa, que consta do 9º Anuário de Segurança Pública, publicado pelo fórum, não leva em conta os dados parciais de 2015, mas tudo indica que o patamar no DF, até dezembro, se manterá com índices bem abaixo da média nacional, de 1,5 e 1,1, em 2014 e 2013, respectivamente, para cada grupo de 100 mil pessoas. Neste ano, até sexta-feira (9), nenhum civil havia perdido a vida em combate com as forças de Brasília.

Para o secretário da Segurança Pública e da Paz Social, Arthur Trindade, os números apontados pelo fórum colocam as polícias do Distrito Federal em níveis similares às forças canadenses e europeias. Para o chefe da pasta, três razões explicam a baixa taxa de letalidade: estratégia de policiamento, corregedorias atuantes e a não valorização da cultura de violência dentro das próprias corporações. “Aqui, o policiamento não é orientado a criar um clima de guerra em operações. As corregedorias são rigorosas na hora de punir excessos, além da própria cultura organizacional na qual a esmagadora maioria dos policiais repudia ações de violência promovidas pelos colegas”, afirma Trindade.

Além de produzir poucas vítimas em confrontos, também são raros os casos de policiais mortos no DF. Em 2004, segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, seis PMs ou civis morreram após confrontos. O índice de 0,3 de vítimas para cada grupo de 10 mil policiais em 2014 também é inferior à média do restante do País (0,7).

Formação policial
A formação do policial brasiliense é outro ponto atribuído ao bom desempenho mostrado na análise. A PM do DF é a única do País a ter um Instituto Superior de Ciências Policiais. Oferece os cursos de bacharelado em ciências policiais e de tecnólogo em segurança pública. Paralelamente, são ministrados dezenas de cursos de aperfeiçoamento e seminários, que abordam temas como os direitos humanos. De acordo com o chefe do Departamento de Educação e Cultura e reitor do Instituto Superior de Ciências Policiais, coronel Fábio Sousa Lima, mais de 8 mil praças e oficiais participaram voluntariamente de alguma especialização em 2015.

“Isso demonstra o interesse do nosso policial em melhorar. E isso vai se refletir em um melhor atendimento à sociedade. Além disso, a corporação investe maciçamente na prevenção, pois entendemos que o conceito da prevenção primária contribui para que os resultados se reflitam na ponta”, destaca o oficial.

Já o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, acredita que o foco das operações em preservar os direitos individuais denota o caráter profissional dos agentes e dos delegados, além de inspirar a sociedade a contribuir com a polícia. “Buscamos, todos os dias, evitar mortes nas nossas ações. Banalizar a violência policial traz instabilidade à relação com a população. O que buscamos é aplicar a lei, preservando a integridade de quem quer que seja.”

Pacto pela Vida
O Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida é um programa que vem apresentando resultados significativos desde o início do governo de Rodrigo Rollemberg. Os principais tipos de delito (homicídio, roubos a pedestres e ao comércio, assalto a ônibus etc.) apresentam quedas sucessivas. Além de cumprir o objetivo de reduzir a criminalidade, o projeto tem outro foco: aumentar a sensação de segurança da população.

Para isso, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social trabalha para que os moradores tenham mais confiança nas corporações. “Ter polícias que gozam da confiança da população é fundamental, e termos baixas taxas de letalidade e vitimização policial contribui para elevar esse grau de confiabilidade”, destacou Arthur Trindade.

Fonte: Jornal de Brasília

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