
Da redação
Programa Fomento Mulher ajudou agricultora a estruturar produção e alcançar independência financeira
Com a orientação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), a produtora rural Raimunda Ribeiro Pessoa conseguiu transformar sua paixão por plantas em um negócio sustentável. Em 2024, ela acessou o Fomento Mulher, recurso que permitiu a construção de duas estufas para o cultivo de suculentas, garantindo sua principal fonte de renda. O apoio faz parte de um conjunto de ações que, apenas no ano anterior, viabilizaram mais de R$ 5,4 milhões em investimentos a produtores rurais, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Do trabalho urbano à agricultura familiar
Raimunda mora no assentamento 1º de Julho, em São Sebastião, e sua trajetória é marcada por desafios. Natural do Piauí, mudou-se para o Distrito Federal nos anos 1990 em busca de melhores condições de vida para seus três filhos. Durante anos, trabalhou como empregada doméstica e cuidadora de idosos, conciliando longas jornadas com o sonho de estruturar sua propriedade.
“No início, aqui não havia nada além de terra vazia. Construí um barraco de madeirite e fui melhorando aos poucos”, lembra. A rotina exaustiva a fez buscar alternativas para garantir independência financeira, e foi no cultivo de suculentas que encontrou uma nova possibilidade.
O impacto do Fomento Mulher
O programa Fomento Mulher tem como objetivo estimular a produção rural e garantir segurança alimentar, sem necessidade de reembolso. “Esse apoio não é um empréstimo, mas um incentivo para que a família inicie uma atividade produtiva e gere renda”, explica Sheila Nunes, gerente de Desenvolvimento Sócio Familiar da Emater-DF.
A história de Raimunda começou a mudar antes da pandemia, quando técnicos da Emater-DF identificaram seu talento para o cultivo de suculentas. Com o isolamento social, ela precisou abandonar o trabalho doméstico e investiu na produção de mudas e plantas ornamentais para garantir o sustento.
“A Raimunda já cultivava suculentas, mas de forma modesta. Com os cursos e acompanhamento da Emater-DF, ela aprimorou sua técnica e profissionalizou a produção, conseguindo viver exclusivamente da agricultura”, afirma Maíra Andrade, engenheira agrônoma da Emater-DF.
Expansão e profissionalização da produção
Além das suculentas, Raimunda agora cultiva acerola, abacate e manga. Em 2023, recebeu o Fomento Inicial, que possibilitou a perfuração de um poço semiartesiano para garantir o abastecimento de água. No ano seguinte, investiu na estruturação de estufas para otimizar a produção.
Ela também participa do projeto Florescer, que oferece assistência especializada na área de floricultura. “Hoje, me sinto realizada. Consegui construir minha casa e viver da minha produção. Meu sustento vem da terra, e isso não tem preço”, comemora Raimunda.