Da redação
A aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) é uma operação estratégica avaliada em cerca de R$ 2 bilhões, que deve transformar o BRB em um banco público com atuação nacional e valor de mercado estimado em R$ 100 bilhões. A compra envolve 58,04% do capital total do Banco Master, sendo 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, assegurando uma participação majoritária ao BRB, enquanto o atual controlador do Master, Daniel Vorcaro, permanecerá fora da gestão ativa após a operação.
Essa transação visa fortalecer o BRB em diversos segmentos financeiros, especialmente nas áreas de câmbio, mercado de capitais, crédito consignado e serviços para atacado. A incorporação do banco digital Will Bank, que pertence ao grupo Master, vai ampliar significativamente a presença do BRB no mercado digital, aumentando a diversificação de receitas e ganhos de escala, além de consolidar o banco como uma instituição moderna, competitiva e nacional.
Em termos financeiros, a operação foi cuidadosamente estruturada para mitigar riscos, com pagamentos escalonados, incluindo um montante retido em conta garantia por até seis anos para cobrir eventuais ajustes e indenizações. A aquisição também passa por rigorosa análise regulatória do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), incluindo investigação pelo Ministério Público do Distrito Federal para garantir transparência e adequada gestão dos recursos públicos envolvidos.
Apesar das vantagens estratégicas e operacionais, a aquisição enfrenta debates públicos e legais, principalmente relacionados ao uso de recursos públicos para a compra de um banco privado que apresenta fragilidades financeiras. O Banco Master possui uma carteira de crédito de alto risco e dívidas significativas, o que exige cautela na integração para evitar impactos negativos na saúde financeira do BRB.
Se bem-sucedida, a operação permitirá ao BRB ampliar sua base de clientes, sua gama de serviços e sua competitividade no mercado nacional, gerando sinergias e resultados financeiros robustos nos próximos anos. Por outro lado, a complexidade da transação impõe desafios que poderão influenciar a reputação e a sustentabilidade do banco público a longo prazo
