Da redação
A comunidade escolar do Distrito Federal intensificou as cobranças ao governo local por resultados concretos nas escolas militarizadas. Durante uma comissão geral promovida pelo deputado Gabriel Magno (PT), professores, estudantes, parlamentares e sindicatos debateram os impactos do modelo que integra policiais, bombeiros, alunos e professores em 17 instituições da rede pública. O evento também foi marcado por críticas à proposta de ampliação do modelo pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
Demandas por transparência e recursos
Entre as deliberações da comissão, destacam-se a solicitação ao Ministério Público para que o GDF apresente resultados sobre as militarizações já implantadas, antes de avançar com novas unidades, e o pedido por mais investimentos em infraestrutura escolar. “Prometeram mais recursos às escolas militarizadas, mas isso não aconteceu. Falta biblioteca, auditório e até internet funcional”, relatou Vilmara Carmo, professora do CED 01 da Estrutural.
Educação versus segurança
As falas dos participantes evidenciaram a insatisfação com o foco do modelo cívico-militar em segurança, em detrimento de uma abordagem pedagógica e inclusiva. “Se a militarização fosse tão eficaz, os professores que votaram a favor permaneceriam nas escolas”, criticou Joana Darc Cruz, mãe de aluno e professora no CED 7 de Ceilândia. Depoimentos também denunciaram casos de racismo e violência dentro dessas instituições.
Escolas cívico-militares: promessas versus realidade
O governo argumenta que as escolas de gestão compartilhada visam melhorar a qualidade do ensino e reduzir a violência. No entanto, parlamentares e especialistas destacaram que os melhores resultados educacionais vêm das escolas militares tradicionais das Forças Armadas, com modelo de financiamento e administração diferenciados.
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, foi criticada por sua ausência no evento e por declarações anteriores que associavam críticas às escolas militarizadas a um incentivo à criminalidade. Representantes sindicais reforçaram que a valorização dos professores e o aumento dos investimentos na educação pública são essenciais para a melhoria dos índices educacionais no DF.