Para que uma campanha eleitoral produza os resultados desejados é importante planejá-la em fases distintas.
Cada campanha é única e terá seu próprio cronograma – mesmo assim, é possível propor uma divisão geral em etapas, pelas quais toda campanha, inevitavelmente, passa. Essa distribuição é útil, sobretudo, porque organiza as tarefas e desafios sob a forma de metas a serem cumpridas em diferentes momentos. Ou seja, cada fase tem um objetivo principal que deve ser alcançado dentro de seu próprio período de duração – e que corresponde a um determinado problema básico da campanha.
Cada fase superada deve ser igual a um(ou mais) alvo atingido
À medida em que cada meta for atingida, criam-se as condições para a conquista daquela que corresponde à próxima fase. Tal sucessão permite superar os obstáculos naturais da campanha no momento mais adequado. Também esse encadeamento assegura a cumulatividade dos resultados – e a campanha passa a assemelhar-se a uma construção, na qual os alicerces vêm antes das paredes e estas precedem o telhado. Podemos, portanto, sugerir cinco fases para a campanha:
1. Lançamento da candidatura
2. Início da campanha
3. Consolidação da candidatura
4. Desenvolvimento da campanha
5. Final de campanha
Cada uma dessas etapas propõe um desafio específico, que deve ser bem equacionado no decorrer de seu tempo de duração. Assim, no período de lançamento, o objetivo é apresentar a candidatura posicionada para a disputa, com o máximo de divulgação na mídia. Na fase seguinte, a do início, o alvo é repercutir o lançamento, tornando conhecidos o candidato e sua mensagem. Na seqüência, a consolidação, os propósitos são levar a candidatura para as ruas e fixar uma organização capaz de sustentá-la. A etapa de desenvolvimento contém o intento de estabelecer comparações com os adversários, vencendo-os e crescendo na intenção de voto. No período final, as determinações são manter o pico da fase anterior, mostrar volume de campanha e desenvolver a programação intensiva na última reta para vencer a eleição. Quem ganha a eleição enfrenta, ainda, uma sexta etapa: a transição. Antes de analisarmos detalhadamente cada uma das fases, convém fazer algumas advertências gerais:
Organizar o tempo é a melhor forma de colher bons frutos
1. A primeira e mais importante observação consiste em reforçar a regra básica que estabelece que cada fase deve ser bem resolvida, a fim de tornar possível enfrentar a próxima com segurança. Afinal, os problemas não se deslindam por si mesmos e, caso não sejam equacionados – ou o sejam de maneira deficiente -, acarretam as seguintes conseqüências:
acumulam-se com os problemas da fase seguinte;
o candidato começa a campanha em condições adversas, tendo que resolver os problemas sob o fogo dos adversários;
o ajustamento da equipe de campanha realiza-se sob tensão – em geral, na fase predominantemente executiva da campanha, quando o tempo escasseia, o nervosismo aumenta e as desavenças se manifestam – tornando o cenário desfavorável para a superação de desafios estratégicos;
a equipe precisa tomar, concomitantetemente e com grande urgência, decisões estratégicas e decisões sobre questões de curto e curtíssimo prazo (os obstáculos surgidos no dia-a-dia).
2. Cada fase tem uma duração específica. Simplificadamente, sugere-se que em uma campanha de 100 dias, por exemplo, as etapas durariam, aproximadamente:
Lançamento da candidatura e início da campanha: 15 dias cada
Consolidação da candidatura: 20 dias
Desenvolvimento da campanha: 55 dias
Final da campanha: 10 dias
É evidente que cada campanha estabelecerá sua própria distribuição e que nossa tabela é meramente sugestiva. Não obstante, é aconselhável seguir a orientação de reservar 10 dias para a fase final (o ‘esforço concentrado’), destinando a maior porção para o desenvolvimento da campanha.
Fonte: Política para Políticos