O Ministério Público do DF realiza nesta manhã (27) busca e apreensão no anexo do Palácio do Buriti, na casa do secretário de Micro e Pequenas Empresas, Raad Massouh, que é deputado distrital licenciado pelo PPL, no Rancho RM, de propriedade dele, e no Sindicato das Empresas de Turismo Rural, entre outros endereços.
É a Operação Mangona, conduzida pela Procuradoria-geral de Justiça do DF por envolver um deputado distrital. O nome da operação é sugestivo: Mangona é uma espécie de tubarão.
Trata-se de suspeita de desvios de recursos de emendas parlamentares para shows e eventos.
Eleito pelo DEM, Raad mudou de partido, ingressando no PPL, para entrar na base do governo. Assim, conquistou o cargo de secretário de Estado.
A investigação sobre o suposto esquema começou a ser realizada pelo delegado Flamarion Vidal, quando era titular da Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) durante meses em 2011, ainda na gestão de Mailine Alvarenga na direção-geral da Polícia Civil.
O trabalho policial, no entanto, foi interrompido com a transferência de Flamarion para outra área da Polícia Civil no ano passado.
Retomada pela assessoria criminal da procuradora-geral de Justiça do DF, Eunice Amorim Carvalhido, a investigação agora chega a uma fase importante com a busca e apreensão na casa de Raad. O deputado deve ser denunciado perante o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF.
Sem tirar o mérito de muitos bons policiais, essa é uma demonstração de que a proibição de membros do Ministério Público conduzirem investigações, prevista na
PEC 37, prejudica o combate à corrupção.
Fonte: Blog da Ana Maria Campos