Antes de usar o telefone é preciso definir o tipo de eleitor que se quer atingir.
O candidato para usar o telefone como mídia precisa decidir sobre:
Para quem ligar
Com que objetivo ligar
Para quantos ligar
Para quem ligar
Campanha por telefone exige planejamento e organização
Há basicamente dois tipos de listas de eleitores para quem você vai destinar suas ligações:
Lista “cega”
Lista segmentada.
A lista cega, como o próprio nome indica, é uma lista de nomes, sobre os quais você não tem nenhuma informação, além do número do telefone, nome e endereço. O objetivo de ligar para essas pessoas é exatamente informar-se sobre a sua orientação de voto.
O resultado desta ligação deve ser a formação de duas listas quentes, com pessoas que declaram ou sua disposição em votar em você, ou que, embora ainda não tenham decidido em quem votar, admitem a possibilidade de votar em você.
Como se vê, a lista cega é uma forma de produzir a segmentação do eleitorado, dividindo-o em três grupos: apoiadores, potenciais e hostis.
Os primeiros – apoiadores – você não somente vai pedir o voto como vai explorar a possibilidade de contar com a colaboração dele, seja trabalhando na campanha, seja ajudando financeiramente, seja dispondo-se a falar com amigos e parentes, seja ainda aceitando receber material de campanha (bibliografia, panfletos, etc) ou até mesmo dispondo-se a afixar cartazes na sua casa/terreno.
Os segundos – potenciais – dão origem à sua lista mais importante para a continuidade dos contatos. Estes são os que você precisa conquistar. Cada um deles conquistado, sai da lista de potencial e entra na lista de apoiadores. Esta lista deve ser a maior, deve crescer continuadamente, e, é para ela que você destinará maior atenção. São pessoas que serão contactadas, por telefone ou pessoalmente, com regularidade, buscando acompanhar a sua definição.
Os terceiros – hostis – ou mais apropriadamente, eleitores que escolheram outro candidato, você também manterá, atualizando-a à medida em que os contatos os revelem. Porém, os deixará de lado, não insistirá com eles, respeitando a sua decisão. A “lista cega”, portanto, pelo tempo que exige e pela função de segmentação que possui, deve ser usada principalmente, antes de iniciar a campanha e no seu início. Ela é uma lista “mapeadora”, logo, grande parte dela já deve estar pronta ao começar a campanha.
A lista segmentada já representa um passo adiante da “cega”. Não apenas a segmentação que surge da “lista cega”, mas de outras que sua campanha produziu, com base em dados de pesquisa e outras informações. Assim, se as pesquisas indicaram que seus eleitores potenciais são pessoas de renda média e educação colegial e superior, por exemplo, você vai procurar identificar os bairros da (s) cidade(s) onde este segmento social vive, e montar o seu banco de dados telefônicos, com os moradores daqueles bairros.
Com o telefone você cria um importante banco de dados
Se, por outro lado, seu eleitorado potencial é de natureza profissional (advogados, médicos, comerciantes, operários sindicalizados, funcionários públicos, etc), você vai procurar bancos de dados telefônicos junto a organizações, associações, sindicatos.
A meta é sempre trabalhar com um banco de dados segmentado em função da possibilidade de votar em você. O que se busca é o eleitor potencial. O eleitor certo, deve receber alguma atenção, o eleitor hostil, nenhuma, e o eleitor potencial, muita atenção. O telemarketing de campanha será tanto mais eficiente quanto mais focado for o banco de dados telefônicos com o qual você vai trabalhar.
O telemarketing de campanha é uma arma muito eficiente, sobretudo em eleições municipais e eleições legislativas. Eleições para o governo de estados e para a presidência da república, ou mesmo para o Senado, o telemarketing ativo possui menor eficácia. Ainda assim, ele pode ser usado, sempre que for possível segmentar o eleitorado.
Quanto maior e mais disperso for o eleitorado, “mais fina e focada” precisa ser a segmentação, para que o uso do telemarketing seja produtivo.
Fonte: Política para Políticos