Ordem de serviço assinada pelo governador prevê a recuperação de 130 quilômetros de vias urbanas.
O governador Rodrigo Rollemberg assinou, na manhã de ontem (21), ao lado do presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Hermes de Paula, uma ordem de serviço para retomar as obras de reasfaltamento de diversas regiões administrativas de Brasília. O objetivo é tentar resolver mais um problema advindo da gestão Agnelo Queiroz (PT), que é o recapeamento da malha viária do Distrito Federal, paralisado desde segundo semestre do ano passado devido a falta de verba.
O programa de asfaltamento pretende realizar fresagem, que consiste no corte de uma ou mais camadas de um pavimento asfáltico, recapeamento, drenagem e sinalização horizontal em cerca de 130 quilômetros das vias urbanas do DF. Em nota, a Novacap não comunicou quais os trechos específicos que serão recapeados, mas informou que as cidades contempladas serão Ceilândia, Taguatinga, Brazlândia, Varjão, Lago Norte, Paranoá, Itapoã, Samambaia, São Sebastião, Lago Sul, Jardim Botânico, Setor de Áreas Isoladas (SAI), Setor Complementar de Indústrias e Abastecimento (SCIA), Estrutural, Núcleo Bandeirante, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Candangolândia, Santa Maria, Guará, Riacho Fundo I e II, Planaltina, Gama, Recanto das Emas, Águas Claras e Park Way.
Segundo a empresa pública, o cronograma de atividades deve ser definido na próxima semana e as obras devem começar simultaneamente dentro de quinze dias. O recapeamento custará cerca de R$ 43 milhões dos R$ 500 milhões emprestados ao GDF pelo Banco do Brasil, no dia 29 de janeiro deste ano, que tem destinação exclusiva para obras de infraestrutura e mobilidade urbana. Ainda de acordo com a Novacap, o nome do programa mudará para ‘Programa de reasfaltamento’. Na gestão anterior, o denominação do projeto era ‘Programa Asfalto Novo’.
ANÁLISE DE AMOSTRA – Em abril deste ano, o corpo técnico do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) foi a campo para colher amostras do novo asfalto das vias urbanas do DF e avaliar a qualidade da pavimentação. Durante as inspeções, os auditores encontraram deficiências graves na elaboração de projetos técnicos, problemas no transporte de materiais e nos licenciamentos ambientais, além de medições inadequadas e irregularidades no sistema de preços utilizado.
A ação de coleta de amostras da via asfáltica do DF fez parte do Curso de Obras Rodoviárias com foco na Manutenção e Recuperação de Pavimentos, promovido pela Escola de Contas do TCDF. No curso, eles usaram uma unidade móvel cedida por meio de parceria com o Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). Agora, o TCDF informa que já está realizando estudos para adquirir um laboratório para o DF e já prepara novas saídas de campo com o objetivo de coletar mais amostras de asfalto. A ideia é acompanhar concomitantemente as novas obras de recapeamento para evitar novos erros e, consequentemente, prejuízos para o erário.
Em reunião feita com a Novacap e com o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), realizada também em abril, o Tribunal apontou os principais erros encontrados e apresentou soluções para o problema. Na época, o DER afirmou que iria seguir as recomendações do tribunal.
Memória
O Programa Asfalto Novo, lançado pelo GDF em 29 de maio de 2013, pretendia recuperar 6 mil quilômetros da malha viária do Distrito Federal, ao custo de R$ 771 milhões, até o fim de 2014. Porém, até novembro do ano passado, o programa só havia conseguido recuperar pouco mais de 10% da malha viária do DF. Na época a Novacap informou que o programa, que estava na fase de execução da segunda etapa quando foi interrompido, entregou somente 872 km de malha viária recapeada ao custo de R$ 437,2 milhões – mais que 50% do valor total da obra.
Fonte: alo.com.br