Vice avisa que acordo com petistas pressupõe apoio a atual governador para disputar a reeleição em 2014.
O governador Agnelo Queiroz é o fiel da balança para a manutenção da aliança entre PT e PMDB nas eleições de 2014. Palavra do presidente regional do PMDB, o vice Tadeu Filippelli. Caso outro petista venha a ser apresentado para a próxima corrida ao Buriti, Filippelli não vê razões para a continuidade do casamento partidário, salvo se o PMDB passar à cabeça de chapa. O vice-governador não esconde que a relação com o PT ainda passa por provações. No entanto, Filippelli acha que as diferenças podem ser superadas com construção diária. O vice também comentou a posição do deputado Luiz Pitiman, eleito, segundo ele, por engenharia política.
PMDB e PT juntos em 2014?
Caminhando da forma como estamos caminhando com o PT, com o Agnelo, acho que poderá ser um caminho a se repetir. Lógico, essa colocação que faço aqui, esse entendimento, pressupõe a candidatura do Agnelo e sua confirmação pelo mesmo grupo político. Não teria sentido, caso haja um reposicionamento do PT, o PMDB não rever a sua própria posição. Mantido esse trabalho que foi feito em conjunto, mantido o respeito aos nomes, e o próprio posicionamento do Agnelo, creio que é um bom caminho andado para a reconstrução da mesma chapa.
A figura de Agnelo então é central à repetição da chapa?
Sem duvida nenhuma. É lógico que em um entendimento desse tipo, se uma das partes tiver o direito de rever sua posição, a outra parte também terá o direito.
Caso Agnelo não esteja presente?
Se houver uma modificação desta, eu preferiria pensar no PMDB como cabeça de chapa. A manutenção dessa aliança, na ausência do governador Agnelo, subentenderia o PMDB cabeça de chapa. A ausência dele não impede a aliança, desde que neste caso, o PMDB seja cabeça de chapa. Estamos honrando o compromisso.
A relação com o governador é diferente da relação com o PT?
A relação com o Agnelo, com a pessoa Agnelo, é muito especial. Ele é uma pessoa interessante, muito respeitosa. Logicamente, a relação com o PT tem as suas particularidades. Pode até ser difícil entender. Depois do trabalho que fizemos em conjunto, do desafio que foi para todos nós, de conseguirmos a vitória na última eleição e, no momento em que se sobe no palanque logo após a apuração das urnas, ouvem-se vaias. É lógico que isso vem de pequenos segmentos e não pode contaminar o pensamento do PT, do Partido dos Trabalhadores, como um todo. Mas mostra que o partido tem as suas vertentes, as suas particularidades. E isso, logicamente, indica que nossa relação precisa ser trabalhada todos os dias. É bem diferente de uma relação um tanto mais desarmada que tenho com o governador, pelo perfil de pessoa humana que é o Agnelo no dia a dia.
Particularidades do PT?
O PT tem valores fantásticos, tem pessoas fantásticas. E isso permite um belíssimo relacionamento. Tem pessoas, não apenas o Agnelo, que são responsáveis pelo inicio, pela construção dessa aliança. Por exemplo, o Chico Vigilante. Tem pessoas que entenderam, desde o primeiro momento, a possibilidade dessa aliança. De qualquer modo, tenho de respeitar essas dificuldades internas do PT. Eu respeito isso, porque é próprio de um partido. Tenho de respeitar manifestações, que às vezes posso entender como desconfortáveis, de alguns segmentos do PT, mas tenho de recordar que nós sempre fomos opositores no plano do Distrito Federal. Às vezes, essa linha mais intransigente nas bases surge como fruto ainda daquele momento que vivemos e que ainda não está superado. Mas isso pode ser construído ao longo do tempo, da mesma forma como também tenho algumas dificuldades no PMDB. O importante é construir. Não podemos parar de construir.
É o caso do deputado federal Luiz Pitman, que pode deixar o PMDB?
Eu entendo que a decisão do deputado Pitiman em relação ao seu projeto político é uma decisão dele. O partido não pode se arvorar em decidir por ele. Apenas o seguinte: ele tem manifestado politicamente uma vontade muito grande de deixar o PMDB. Não por dificuldade com o PMDB, não por aproximação por este ou aquele partido, mas sim em função de uma engenharia política, de um projeto político. E nós temos de respeitar.
O senhor tem conversado com ele sobre este assunto?
Sistematicamente, constantemente. Ele foi eleito pelo PMDB. No momento tem um projeto político que poderá levá-lo para outro partido. Então, só cabe respeitar esse fato. Não existe nenhuma dificuldade nisso. Sempre insisto: todos os que querem permanecer no partido, devem ter entusiasmo de estar no partido, devem entender o partido como sua casa.
Mas ele teria espaço?
O mesmo esforço que fizemos na última eleição para elegê-lo, sem duvida nenhuma estaria presente para elegê-lo novamente (para deputado federal) na próxima. Ele foi eleito com menos votos do que o Bessa, por engenharia política que nós fizemos. O Bessa, de outro grupo político, além de outras pessoas tiveram mais votos do que ele, que ganhou uma coligação específica, montada para isso, que foi bem sucedida. Logicamente, com a atenção do partido, com tempo de televisão, com esforço dos demais pares.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br