Preso pelos atos de 8 de janeiro, tinha laudo médico e decisão favorável à sua liberdade
Na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta terça-feira (21), o Deputado Thiago Manzoni disse que o Estado Brasileiro peca de duas maneiras: quando não tira criminosos da sociedade e quando não reinsere quem teve a liberdade deferida.
O Deputado falou em tribuna sobre o falecimento de Cleriston Pereira da Cunha, situação que poderia ter sido evitada, pois existia um parecer médico que apontava para o risco de morte.
“Há nos autos parecer do Hospital Regional de Taguatinga, onde a doutora Tânia Maria Liete Antunes Oliveira assevera taxativamente que o senhor Cleriston estava com risco iminente de morte devido às suas variadas doenças”, trecho da Ação Penal (AP) 1055, que tramita no Supremo Tribunal Federal.
Thiago Manzoni lamentou a morte de um trabalhador, gerador de empregos, e pai de família que estava preso há 11 meses, enquanto no Rio de Janeiro, um criminoso que furtou foi posto em liberdade no dia seguinte e cometeu um homicídio.
“Ele foi à praia de Copacabana e cometeu assassinato no dia seguinte à prisão dele ele estava solto. Cleriston nunca roubou, nunca matou. Cleriston não tinha passagem pela polícia, não é homicida, não é latrocida, não é estuprador, não é criminoso, mas ele estava preso há 11 meses sem ter cometido um crime que colocasse em risco a saúde, ou a vida da população”.
O parlamentar disse que não há como apontar os culpados pelo que aconteceu e leu os artigos 1º, 2º e 9º da Lei de Abuso de Autoridade.
“Eu não tenho como dizer que é o responsável, mas foram 80 dias entre o pedido do Ministério Público Federal e o falecimento. Há uma jovem senhora viúva e duas jovens que abriram mão do curso de medicina e voltaram para cá, órfãs e isso poderia ter sido evitado”.