Etapa 3 do maciço tem área superior a 8 hectares e capacidade para mais de 1,3 milhão de toneladas de resíduos. Ação evita contaminação do solo e do lençol freático
Cerca de 100 pessoas trabalham nas obras de ampliação da capacidade do Aterro Sanitário de Brasília, localizado em Samambaia. Desde agosto, ocorre a implantação da Etapa 3 do maciço, que terá área de 8 hectares e capacidade para 1.327.500 toneladas de rejeitos. O serviço faz parte do contrato administrativo com o consórcio responsável pela operação do maciço.
Vinculado ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o aterro foi criado para suprir a demanda do antigo Lixão da Estrutural, fechado no ano seguinte. O maciço foi dividido em quatro etapas e tem área total de 32 hectares, dos quais cerca de 24 hectares estão em execução e o restante em construção. A Etapa 4 finaliza o funcionamento do aterro e será sobreposta nas outras três, com capacidade para 1.649.287,24 toneladas de rejeitos.
As obras de implantação da Etapa 3, atualmente, estão concentradas na terraplanagem do solo e na instalação da terceira camada de proteção, uma manta de polietileno de alta densidade.
A base de todas as etapas é construída com o objetivo de evitar a infiltração do chorume no solo, uma vez que pode infectar os lençóis freáticos e gerar graves prejuízos ambientais. Ao todo, são seis camadas de proteção de impermeabilização, composta por materiais geossintéticos, e uma camada de drenagem, que direciona o chorume para a lagoa de tratamento.
“A proteção de fundação do aterro sanitário é a fase mais importante, porque é ela que vai fazer com que qualquer líquido produzido pelo lixo que está sendo depositado seja contido nesse espaço e encaminhado, por meio dos dispositivos de drenagem, para fins de tratamento, sem percolar [movimento da água no solo]”, afirma o engenheiro Gilson Mansur, do consórcio responsável pela operação do maciço.
Inaugurado em 2017, o aterro tinha vida útil projetada em 13 anos. No entanto, o número foi reduzido para uma década e, atualmente, estima-se que o atual maciço comportará rejeitos somente até meados de 2027. Segundo a gerente do Aterro Sanitário de Brasília, Juliana Frutuoso, o principal motivo para a queda no tempo de uso é a falta de separação dos resíduos na origem para destinação nos dias de coleta seletiva.
“Temos que fazer o manejo correto dos resíduos para aproveitar ao máximo a área do aterro disponível, tendo uma vida útil cada vez mais longa. Alguns estudos mostram que se o reciclável fosse retirado do resíduo que vem para cá a nossa vida útil aumentaria e conseguiríamos chegar até 2030, como era previsto no início”, explica Frutuoso.
Dados do SLU mostram que, do total de 2.200 toneladas de resíduos recebidos diariamente, pelo menos 500 toneladas são de materiais recicláveis e 1.200 toneladas de orgânicos. Ou seja, pelo menos 55% do lixo que é aterrado poderia ser reciclado ou utilizado em compostagem. Os resíduos que chegam ao aterro são oriundos das usinas de Tratamento Mecânico Biológico, dos galpões de triagem das cooperativas, da coleta convencional e de grandes geradores, como restaurantes e hotéis.
Quando a capacidade do atual maciço for totalmente exaurida, um novo espaço será ocupado, ao lado do aterro atual. A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) cedeu uma área de 67 hectares ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU) para a continuação do aterramento adequado dos rejeitos, seguindo as normas ambientais. O espaço tem vida útil prevista em 30 anos.
Esforço coletivo
Para ajudar o meio ambiente, basta separar os itens úmidos dos secos em sacolas diferentes e entregar para a coleta adequada. Os secos, que são os recicláveis, vão para a coleta seletiva e os outros para a convencional. Os dias e horários da coleta seletiva para cada região estão disponíveis no site do SLU e também no aplicativo SLU Coleta DF, disponível nas plataformas Android e IOS.
Fonte: Agência Brasília