Por iniciativa de Ricardo Quirino, a Assembleia realizará audiência pública, na segunda-feira, 6, com foco na conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase na prevenção do câncer de próstata.
Na próxima terça-feira, 6, o deputado Ricardo Quirino (Republicanos) promoverá audiência pública, com o objetivo de incentivar a conscientização da prevenção ao câncer de próstata. O evento ocorrerá em alusão à Campanha Novembro Azul e terá como tema: “Câncer de próstata: não ouça a voz do preconceito. Escute seu médico!”. O encontro será realizado a partir das 9 horas e vai acontecer na sala da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) do Palácio Maguito Vilela.
Câncer de próstata
Assim como outubro volta suas atenções para o câncer de mama, novembro levanta aos olhos uma preocupação exclusiva para os homens, o câncer de próstata. A próstata é uma glândula que se localiza na parte de baixo do abdômen, abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela é um órgão pequeno que envolve a porção inicial da uretra, tubo pela qual a urina é expelida e é responsável pela produção de parte do sêmen.
No Brasil, ele é o segundo tipo mais comum de câncer nos homens, ficando atrás somente do câncer de pele, e, embora seja considerado um câncer comum em pessoas acima de 65 anos (75% dos casos), também ocorre em homens mais jovens. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que a estimativa de novos casos é de 71.730, e o número de mortes registrado, em 2021, foi de 16.301, considerado alto pela instituição. Em Goiás, o INCA registrou 1.921 novos casos no mesmo período.
Alguns fatores podem aumentar o risco de incidência da doença, como excesso de gordura corporal, tabagismo e exposição às aminas aromáticas, comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação do alumínio, arsênio e derivados do petróleo. Herança genética também é associada à doença. A enfermidade é silenciosa, e muitos pacientes não apresentam sintomas até a fase intermediária da doença, entretanto, dificuldade para urinar ou a necessidade de urinar várias vezes durante a noite, dor óssea, infecção generalizada ou insuficiência renal são sinais do câncer de próstata.
Como a maioria dos homens não apresenta sintomas até a evolução da doença, os exames preventivos de detecção precoce são os mais indicados pelos especialistas, afinal, em casos positivos para a presença de tumores, quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances de cura. A detecção pode ser feita por meio de exames de sangue para dosagem do Antígeno Prostático Específico (PSA). O exame mais comum e assertivo, entretanto, é o de toque retal e, por isso, muitos homens deixam de lado a saúde prostática devido ao preconceito que existe em torno do exame.
Novembro Azul
Como a adesão ao exame é motivo de resistência em muitos homens, foi instituído em 2003, na cidade Melbourn, na Austrália, a Campanha Novembro Azul, de incentivo à saúde masculina. Na época, o mês de novembro já era marcado pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado até hoje anualmente todo dia 17 de novembro. Assim, dois amigos (Travis Garone e Luke Stattery) decidiram deixar seus bigodes crescerem e o associaram à conscientização da saúde masculina. Naquele ano, cerca de 30 amigos aceitaram participar da campanha.
No ano seguinte, surgiu a Movember Foundation, uma junção das palavras moustache¸que significa bigode e november, que significa novembro. A organização sem fins lucrativos teve por objetivo arrecadar fundos e destiná-los ao combate ao câncer de próstata. Com o passar dos anos, a campanha atraiu mais participantes e, até hoje, o mês é atribuído como Novembro Azul, em alusão à saúde do homem. No Brasil, a campanha desembarcou em meados de 2008, importada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, junto à Sociedade Brasileira de Urologia, e a primeira campanha teve como tema “Um toque, um drible”, incentivando os homens a realizar o exame e derrubar de vez o preconceito.
Assim, o encontro proposto por Quirino é mais uma ação promovida em prol da saúde do homem, livre de preconceitos ou estigmas, afinal, o que importa é a vida.Agência Assembleia de Notícias
