Após o atrito entre deputados na tarde de ontem, a sessão ordinária desta quarta-feira, 11, foi marcada por discursos em prol da moderação dos enfrentamentos no Plenário Iris Rezende.
“Esta presidência agirá com veemência para manter a ordem. Não podemos aceitar que deputados e deputadas utilizem da tribuna para agredir seus pares, seja com palavras ou fisicamente”, afirmou o presidente da Assembleia Legislativa goiana, Bruno Peixoto (UB), em referência ao conflito entre os deputados Mauro Rubem (PT) e Amauri Ribeiro (UB), que demandou a intervenção da Polícia Legislativa para que não houvesse confronto físico.
Peixoto disse que encaminhará ao corregedor para análise e, se necessário, ao Conselho de Ética para providências solicitação da deputada Bia de Lima (PT) de que sejam contidas ofensas e ameaças. O pedido foi feito pela deputada em púlpito na sessão ordinária desta quarta-feira.
Tanto Lima quando Peixoto elogiaram discurso de Lincoln Tejota (UB) pedindo foco na pauta das demandas legislativas. Tejota criticou discursos voltados a temas desvinculados dos problemas goianos e conclamou os deputados a realizarem um trabalho em sinergia. “O ataque pessoal não vai a lugar nenhum, nunca vi isso render bons frutos. Mas quando a gente aborda os temas que nos unem, tenho certeza de que a gente consegue entregar muita coisa.”
O parlamentou pontuou ainda que cenas como a de ontem e discussões rasas são desencorajadoras para as idas ao Plenário.
Hospital e saúde
A saúde foi outro tema recorrente nas falas da sessão da manhã desta quarta-feira. No Pequeno Expediente, Bruno Peixoto destacou o projeto que originou a lei nº 21.642/22, autorizando o Executivo estadual a firmar o termo de fomento referente à implementação de uma unidade de saúde da rede estadual, com padrões semelhantes aos do Hospital de Amor, situado no município de Barretos (SP). Trata-se da construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora).
O peessedebista Gustavo Sebba, porém, questionou a falta de licitação na construção da unidade. “A causa é nobre, o hospital é nobre, mas não justifica R$ 2,4 bilhões sem transparência e sem licitação. Temos que fazer o trâmite legal, é por isso que eu luto”, discursou o tucano. “Somos fiscalizadores e também somos fiscais do Poder Executivo”, fez coro Major Araújo (PL). Ele criticou ainda o fato de que o Hospital Francisco Camargo, construído com recursos privados, mediante doações, teve o credenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) negado pelo Poder Executivo.
Em defesa da saúde em Goiás, Talles Barreto (UB) afirmou que a edificação do Cora é um marco para o Estado. “O que está sendo buscado aqui é dar aos goianos a saúde que eles merecem, trazer a tecnologia do melhor hospital da área oncológica do Brasil, que é o de Barretos, para nosso Estado, por meio da parceria com a Fundação Pio XII, e isso é mérito do trabalho do governador”, defendeu.
Líder do Governo na Alego, Wilde Cambão (PSD) ecoou Barreto na defesa da construção do hospital. “Passaram as eleições, temos que trabalhar em prol do povo, daqueles que precisam das ações do governo. Uma vida que esta obra salvar vai valer esses R$ 2 bilhões. O que não pode é esperar de nós, homens públicos, que cruzemos os braços e não cuidemos de uma doença tão maléfica quanto essa [o câncer]”, acrescentou.
Quanto ao uso dos recursos públicos, Cambão disse não ter dúvidas de que esse caminho que o governador Ronaldo Caiado (UB) procurou, com a Fundação Pio XXII, dará muito mais transparência a essa obra. “Eles têm experiência e expertise para fazer esse hospital e atender à população do Estado.”
Ministério Público
Foi aprovada, na sessão desta quarta-feira, a proposição no 4085/23, de autoria do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). A matéria altera a lei complementar que institui a Lei Orgânica do órgão. O objetivo é reestruturar a carreira dos integrantes do MP-GO e “propiciar uma maior movimentação funcional para seus membros e membras, de forma horizontal e vertical, fato que representa aspiração há muito tempo aguardada por toda a classe”, conforme se lê na justificativa da matéria.Agência Assembleia de Notícias