Vouchers do bem: restaurantes, bares e salões de beleza vendem cupons para usar após pandemia

No início desta semana, grandes restaurantes de São Paulo, bares famosos e uma marca de cerveja lançaram uma iniciativa que pode ajudar essas empresas a criar algum caixa, enquanto o comércio está fechado pela pandemia de coronavírus. O que elas não sabiam é que, além de estarem ajudando a si mesmas – elas criaram uma ferramenta que está sendo adotada por vários pequenos negócios pelo país.

No exterior, principalmente na Europa, onde a doença está afetando a população há mais tempo, esse artifício para criar caixa é usado desde o fim de fevereiro.

Funciona assim: o bar ou restaurante vende cupons de R$ 50, por exemplo, que pode ser resgatado ao fim da pandemia com desconto. Ou seja, pode trocar por um prato ou serviço de R$ 60, R$ 80, dependendo da regra adotada.

Inspirada na experiência europeia, a cerveja Stella Artois lançou na quinta-feira um site para vender cerca de 400 mil vouchers de mais de mil restaurantes e bares do Brasil todo, de vários tamanhos. O consumidor compra um cupom de R$ 50 e pode resgatar R$ 100 até o final do ano. A marca arca com parte do desconto e a outra parte é absorvida pelas empresas parceiras da iniciativa, batizada Apoie um Restaurante (www.apoieumrestaurante.com.br), com apoio da fintech de meios de pagamento Stone e o ChefsClub, site de assinatura de restaurantes.

Deu tão certo que no primeiro dia, mais de mil vouchers foram vendidos. A ideia é criar R$ 4 milhões em caixa para os restaurantes participantes. O dinheiro cai na conta da empresa no dia seguinte à compra.

Desconto em pousada

Outras empresas, de outros setores, já estão adotando sistemas parecidos. “Uma amiga me falou dessa iniciativa e já estou montando um sistema assim para meus clientes para lançar agora”, conta Claudia Giudice, dona da Pousada A Capela, em Arembepe, na Bahia. “Escolhi os clientes mais frequentes e os mais amigos e estou mandando um ‘vale hospedagem’ com 30% de desconto para ser usado no segundo semestre”, explica ela. “É um pedido de ajuda. Simples assim. Uma oferta/apelo”, conta a empresária, que tem 17 funcionários, todos colocados em férias.

Unhas, massagem e hidratação

Ao saber da ideia, Maria da Conceição Silva, proprietária do salão Maria Mariah Cantinho da Beleza, no bairro paulistano de Santa Cecilia, aderiu na hora. A hidratação, que custa normalmente R$ 90, agora é vendida por R$ 50 em forma de cupons pelo Instagram. A esperança é criar algum caixa e ajudar as prestadoras de serviço, suas manicures e cabeleireiras. “Vou usar todas as armas que tenho para me manter em pé”, diz ela.

No mesmo bairro, pelo menos meia dúzia de bares e restaurantes também estão vendendo vouchers em busca de socorro nesse tempo de pandemia.

Outra pequena empresa que aderiu ao sistema foi a Posher, que presta serviços de beleza dentro das empresas (a manicure, por exemplo, vai até a cliente no trabalho dela, na hora do almoço). Como a maior parte das empresas está em quarentena, os serviços da Posher foram paralisados.

Assim, a empresa lançou cupons de massagem e manicure para serem resgatados após a pandemia e, dessa maneira, criar um fundo de ajuda aos profissionais que prestadores de serviço da rede.

“Acho uma ótima ideia. Já comprei cupons de restaurantes que frequento e quero ajudar outros pequenos negócios que estão entrando nessa também. Como trabalho de casa, não estou gastando agora com saídas como gastava antes”, diz Monique Leme, advogada. “Vou aderir aos cupons de salão de beleza também.”

Fonte: 6 Minutos

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