O governador Agnelo Queiroz (PT) é um político calejado nos embates eleitorais e carrega na bagagem um arsenal de argumentos que o coloca como favorito na disputa de 2014. Ele ainda tem pela frente um ano e meio para trilhar e, nesta jornada, alguns trunfos de obras que pode abafar os tambores da oposição. O grupo que apoia Agnelo, além do PT, já percebeu e estimula candidaturas avulsas. Eles sabem que, quanto mais divididos estiverem os opositores, cada um se julgando melhor do que o outro, Agnelo surfa tranquilo pegando ondas de inaugurações, como o VLT, novas unidades de saúde, novas escolas e um sem número de pequenas e médias obras de infraestrutura nas cidades administrativas. “Temos, a partir deste ano, inúmeras obras para inaugurar e o governador já determinou aos secretários que estão à frente destes projetos, empenho e dedicação 24 horas”, comenta um aliado do governador.
De fato. Enquanto Eliana Pedrosa (PSD) briga com o presidente de seu partido, Rogério Rosso, discutindo o sexo dos anjos, se o PSD vai ou não apoiar Agnelo, o foco de oposição propositiva vai caindo ao descrédito. Ou seja, o principal interessado no assunto – o povo -, desencanta e sai em busca de outro discurso. Ninguém tolera quem busca o poder pelo poder, sem ter um projeto que dê sustentação a uma bandeira de mudanças de fato. Até agora, o PSD não fez outra coisa a não correr atrás de filigramas visando irritar o governador. Nada colou em Agnelo, mas ao contrário, começa a dar desgastes aos pessedistas. Existe um ditado no interior que diz o seguinte: “Cachorro novo não entra com profundidade numa mata densa porque não encontra o caminho de volta”. O PSD é um cachorro novo que insiste em mamar em onça. Ao invés de amadurecer politicamente, quer derrubar conceitos arraigados na população sem levar propostas novas. Só ficar latindo não vai incomodar a onça Agnelo. Muito pelo contrário. Só vai irritá-lo.
Com exceção de Eliana Pedrosa, todos são jovens no partido e têm muito o que conversar, principalmente com outros partidos. “Não adianta ficar lavando roupa suja em público. As deputadas do partido precisam conversar e muito com o presidente da legenda”, revelou uma fonte ao Jornal Opção.
Outro bloco liderado pelo senador socialista Rodrigo Rollemberg (PSB) e os queridinhos da mídia brasiliense, senador Cristovam Buarque (PDT), deputado federal Antônio Reguffe (PDT), Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do Psol, e o presidente regional do PPS, Aldo Pinheiro tem feito mais barulho do que resultados. Numa hora é o senador Cristovam o cabeça de chapa, noutra é Rollemberg e por aí vai o bloco dos confusos. Rollemberg não quer se distanciar da base da presidente Dilma Rousseff já que tem um bom naco de poder no governo federal. Que o diga o superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado, entre outros. De acordo com reportagem do “Correio Braziliense” de sexta-feira, 1º, assinada pela repórter Larissa Garcia, “Para incentivar a economia regional, o Distrito Federal e 19 municípios do Entorno vão receber neste ano uma injeção de crédito de R$ 1,02 bilhão, proveniente do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO)”. Nada mal para um pretendente a desbancar o governador, mas é muito pouco ou quase nada se este grupo arranjar um discurso melhor para desconstruir Agnelo. Falar que o governo está mal e a cidade um caos, todo mundo sabe. Cadê as proposta para resolver os problemas? Ninguém troca o certo pelo duvidoso, diz a sabedoria popular.
Outro bloco que ainda não botou a cara são os chamados candidatos deles mesmos. Deputado Izalci Lucas (PSDB), bom de briga, mas está falando sozinho. Se não começar a cavar aliados tende apenas a disputar a reeleição. Assim como o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM). A esperança dele é o empresário e ex-vice governador Paulo Octávio se manifestar. Por enquanto, o habilidoso Octávio só está observando o cenário para saber em que direção está soprando o vento. Se for favorável, decola uma candidatura majoritária, se não, continua sua vida de empresário sem grandes atropelos. Persistindo esta cizânia, Agnelo não terá muito trabalho para se reeleger.
Arruda sonha voltar, mas…
O ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) ronda o Distrito Federal visitando amigos e antigos parceiros políticos. Conversa com um e outro, colhe opiniões, sonda o ambiente, mas o cenário assusta. Ele teria voto suficiente para incomodar muita gente, no entanto, o preço seria alto demais. Novamente colocaria sua vida privada sob a ótica da mídia nacional e local, massacrando a família, amigos e tendo a vida devassada. Esta perspectiva assusta o ex-governador mais lembrado em pesquisas feitas pelos adversários. “Na cabeça dos eleitores das classes C e D, Arruda foi vítima de um golpe e execrado pela mídia. O povão ainda vê nele um grande realizador de obras e empregos, por isso pesquisas apontam ele como potencial candidato”, analisa um amigo do ex-governador.
Fonte: Wilson Silvestre/ Jornal Opção