Toca o celular do deputado Augusto Carvalho (foto). Do outro lado, o presidente regional do PTB, senador Gim Argello. “Estou com ciúmes”, ouve Augusto. “Está todo mundo querendo o seu passe e eu também quero”. Criou-se mesmo uma fila. Apostando em dificuldades de Augusto para permanecer no PPS após a fusão com o PMN que deverá transformá-lo em MD, partidos da base governista desencadearam uma ofensiva para obter sua filiação.
Augusto confirma os problemas com o MD, que deve incorporar correntes ligadas ao ex-governador Joaquim Roriz, inclusive a deputada Jaqueline Roriz, hoje no PMN. “Vim do PCB e com o PPS até aqui, mas agora estamos diante de uma nova realidade”, admite. “É preciso deixar a situação decantar…e haja decantação”.
Não poderá deixar de pesar na decisão de Augusto Carvalho sua atual posição de suplente de deputado em uma bancada surgida em aliança com o PT. Atendendo a compromisso de campanha, exerceu a maior parte do atual mandato, mas perdeu a cadeira quando, exasperado com críticas do PPS à situação da rede pública de saúde, o governador Agnelo Queiroz despachou de volta à Câmara o petista Geraldo Magela. Em seguida, porém, mandou um recado ao agora ex-deputado: não desejava desalojá-lo, mas não podia suportar o que considerava radicalismo do PPS.
Para Augusto, será preciso analisar a situação específica do Distrito Federal. Ele reconhece que Jaqueline Roriz “tem legitimidade para pleitear a presidência regional do partido surgido com a fusão”. Afinal, elegeu-se deputada com 100 mil votos e influencia a seção local do PMN. “No entanto”, ressalva, “há dificuldades para cabermos no mesmo projeto”. Isso, completa, “com todo o respeito”.
Uma coisa é certa: Augusto esperará para definir seu futuro político. É preciso saber se passará o projeto que restringe o tempo de rádio e TV dos futuros partidos, assim como conhecer decisão do Judiciário nas ações que certamente serão impetradas contra a mais que provável aprovação da proposta. A seguir será a vez de acompanhar a movimentação de parlamentares — se houver — entre os partidos.
Fonte: Coluna do alto da torre / Jornal de Brasília