O corregedor da CLDF, deputado Patrício (PT), voltou atrás do que tinha afirmado na quarta-feira (10), quando apresentou parecer opinativo pela abertura de processo de investigação do caso do deputado Raad Massouh (PPL), acusado de desvio de emenda parlamentar. Na ocasião, Patrício havia informado que estaria impedido de votar na comissão, abrindo a vaga para a suplente, deputada Arlete Sampaio (PT), líder do governo. Ontem (17), o corregedor mudou de ideia, declarando-se em condições de participar da votação na comissão.
A princípio, a motivação seria um requerimento do deputado Raad pedindo a suspeição de Patrício do procedimento na comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que teria enfurecido o corregedor do caso. Por 3 votos a 2, o requerimento foi rejeitado, mantendo Patrício na votação do caso. Os três votos contrários foram o do presidente do colegiado, Dr. Michel (PEN), de Joe Valle (PSB) e do próprio Patrício. Já Olair Francisco (PTdoB) e Agaciel Maia (PTC) votaram pela suspeição do corregedor. Maia ressaltou três vezes que os trabalhos podem ser prejudicados, pois a Justiça pode decidir pelo impedimento de Patrício, que, segundo ele, o deputado era o presidente da Casa no momento do pedido, aceitando-o. Depois, foi corregedor e, agora, membro da comissão, numa clara manifestação de cerceamento do direito da ampla defesa e do contraditório.
Mesmo diante de tanta polêmica, a comissão de Ética e decoro Parlamentar decidiu, por 4 votos a 1, abrir o processo para que a questão seja melhor explicada e o parlamentar possa apresentar sua defesa. O voto contrário foi de Olair Francisco, que se confundiu diversas vezes e pediu várias explicações do que se tratava. Enquanto isso, um grupo de 12 pessoas aplaudiam Patrício veementemente, pois estavam ali à favor da cassação de Raad. Um deles confessou à Coluna que estava a mando de Paulo Roriz (DEM), suplente de Raad Massouh, ou seja, pressão do suplente para cassação do titular. Será que Paulo tem vontade de assumir definitivamente a titularidade do mandato? Quem também estava presente era o presidente do PPL, partido de Raad, Marco Antônio Campanella, que se preocupava com a presença de Patrício no caso.
Fonte: Coluna do alto da torre